O Elevador Lacerda foi o primeiro elevador público e considerado o mais alto do mundo na época de sua construção, em 1873. O equipamento foi instalado no local do Guindaste da Fazenda, cuja função também era a de transportar mercadorias do porto para a alfândega.
O construtor deste primeiro elevador no Brasil foi o engenheiro Antônio de Lacerda, que também havia criado em 1864 a Companhia de Transportes Urbanos em Salvador, interligando a Cidade Alta e a Baixa. Logo o Elevador Lacerda se tornou o principal meio de transporte entre ambos os locais e essa operação exigia o rigor máximo. Os passageiros, no Século 19, tinham que ser pesados antes de entrar nas cabines. Havia um limite máximo para a segurança.
Embora no início tenha sido denominado como Elevador Hidráulico da Conceição da Praia, foi popularmente conhecido como Elevador do Parafuso até 1896, quando, por decisão do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia (IHGB) passou a chamar-se “Lacerda”, em homenagem ao seu construtor.
Em 1906, seu mecanismo hidráulico foi substituído pelo elétrico e, em 1930, o Elevador Lacerda sofreu uma transformação radical: toda a arquitetura de ferro em linhas art nouveau foi substituída por outra, que mantém até hoje, em concreto armado e design no estilo art déco, o top do momento.
Foi acrescentada a segunda torre, e às duas cabines originais somaram-se mais duas, todas com capacidade para 27 passageiros que hoje transportam até 32. A encarregada das obras foi a empresa dinamarquesa Christian-Nielsen, uma das pioneiras mundiais no emprego do concreto armado em grandes estruturas.
A torre de 73,5 m de altura em concreto armado e a ponte de acesso, em aço, com vão de 71 m, foram construídas em apenas um ano e inauguradas em 1º de janeiro de 1930. No início da década de 1980 toda a estrutura de concreto passou por revisão; em 1997 foi a vez do maquinário elétrico e eletroeletrônico.
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 7 de dezembro de 2006, esse ícone histórico exerce uma atração irresistível sobre os visitantes: chega a transportar hoje 900 mil passageiros por mês, num percurso de 30 segundos de duração.
Do alto de suas torres, pode-se avistar a Baía de Todos os Santos em sua plenitude e singularidade: um dos raros locais do litoral brasileiro onde o sol se põe no mar.
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